Guilherme Prado
Quando o governo aprovou seu Arcabouço Fiscal, matematicamente encomendou o fim dos pisos de saúde e educação como os conhecemos.
Outra consequência óbvia, que Haddad sempre soube, é que o orçamento ficaria menor para todas as outras áreas, que se degladiariam entre si, pois estão sob “tetos”.
Dessa forma, a derrota da taxação do IOF — que já era esperada pelo governo — legitima e traz condições menos desconfortáveis para aprovar a MP 1303, que destrói o piso da educação como o conhecemos.
Nesta MP, o programa “Pé de Meia” passa a ser considerado gasto em educação, reduzindo gastos com professores, escolas e materiais em 11%.Não há qualquer batalha de classes na pauta do IOF; a arrecadação que ele geraria seria concomitante a MAIS CORTES SOCIAIS e não menos, ou sequer financiaria qualquer novo direito.
Lindbergh, Haddad e Gleisi sabem o que fazem, e o campo da esquerda, sem nenhuma leitura crítica, embarca nas narrativas das redes sociais.
Em boa medida, o governo se colocou nisso. A extrema-direita feroz só se aproveita.
Guilherme Prado

Coordenador da Rede Livres, pesquisador e doutorando em Economia Política Mundial (UFABC) e militante Ecossocialista do Fortalecer o PSOL


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