A RESPOSTA INCRIMINADORA

Alexandre Santos

Apesar da violência usada pelo capitão Guilherme Derrite na condução da segurança pública (ou justamente por isso), São Paulo está entregue ao crime organizado – o qual, como veio à tona outro dia, cravou suas garras em setores considerados ‘respeitáveis’, como o mercado financeiro. Com efeito, investigações sobre a facção criminosa ‘Primeiro Comando da Capital’ (PCC) provou a sua presença [presença do PCC] no comando de bancos, corretoras de valores, fintechs e outras organizações da Faria Lima e da cadeia do álcool combustível (importadoras, usinas, distribuidoras, postos) e vai por aí. O crime está por toda a parte (se investigar direitinho, vão descobrir a presença das organizações criminosas na gestão pública e no mundo político). Nos últimos dias, foi revelado um esquema de adulteração de bebidas pelo batismo com metanol, uma substância venenosa capaz de provocar cegueira e mesmo a morte de quem a consuma. Esta atividade está atingindo níveis insuportáveis. Depois da apreensão de quase mil garrafas de bebidas adulteradas (gin, uísque e vodca), o Centro de Vigilância Sanitária) da Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo confirmou seis mortes de intoxicação por metanol em São Bernardo e na cidade de São Paulo. A situação tão alarmante que, suspeitando do envolvimento do PPC nesta modalidade de crime, o ministro da justiça Ricardo Lewandowisk determinou a investigação pela Polícia Federal. O interessante é que, ao saber da movimentação da PF, em entrevista coletiva convocada às pressas para o Palácio dos Bandeirantes, o governador Tarcísio de Freitas rejeitou peremptoriamente “qualquer indício de participação do PCC no esquema de venda de bebidas alcoólicas falsificadas com metanol que circula no estado”. Fica a pergunta: como é que, ainda nas fases iniciais das investigações, Tarcísio de Freitas sabe disso? Estaria o governador de São Paulo defendendo o PCC ou sabe (e está protegendo) o verdadeiro culpado pela onda de homicídios dolosos em curso no seu Estado?


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Alexandre Santos

Engenheiro e escritor. Ex-presidente do Clube de Engenharia de Pernambuco e presidente da Associação Brasileira de Engenheiros Escritores, presidiu a União Brasileira de Escritores e faz a coordenação nacional da Câmara Brasileira de Desenvolvimento Cultural. Autor premiado com livros publicados no Brasil e no exterior, Alexandre é o editor geral do semanário cultural ‘A voz do escritor’ e diretor-geral do canal ‘Arte Agora’.



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