O holocausto não é um seguro contra a impunidade

Tomás Togni Tarquinio

Eu não concordo com a afirmação que o genocídio dos palestinos de Gaza é cometido pelo povo judeu! Os agressores, opressores e genocidas dos palestinos de Gaza e da Cisjordânia não são os judeus.

Os genocidas são o estado de Israel e seus acólitos.

O povo judeu foi vítima de um genocídio perpetrado por nazistas, ocidentais e cristãos. Não podemos confundir judeus com os israelenses fanáticos que caucionam esse massacre.

Ser judeu não é a mesma coisa que ser israelense fascista.

Essa ambiguidade somente serve aos interesses desse estado criminoso. Eles alimentam simbolicamente essa imprecisão. Outra astúcia dos fascistas israelenses para justificar sua barbárie é afirmar que antissionismo é igual antissemitismo. Quando na realidade, o sionismo é uma construção leiga de um Estado formulada por judeus europeus, assim como o antissionismo. Não são uma invenções dos goys.

Nem todos os israelenses são fascistas.

O estado colonialista de Israel não representa os judeus. Representa os israelenses, porém muitos não se sentem representados por esses bárbaros.

Por exemplo, quando o embaixador do Estado de Israel nas Nações Unidas sobe à tribuna da ONU com a estrela de David pregada no peito, ele simbolicamente se coloca como representante de todos os judeus, o que é uma impostura. Ele alimenta deliberadamente essa ambiguidade. Ele pretende falar em nome dos judeus, mas, na realidade, fala em nome dos fanáticos que governam o estado de Israel.

Aliás, esse gesto foi motivo de protesto de judeus em todo mundo. Além do mais, com esse gesto simbólico, o objetivo do embaixador é alimentar a ideia de que o Holocausto é um passaporte para a impunidade, como bem disse Eduardo Galeano. Com isso, todas as atrocidades no atacado e varejo que estão perpetrando, sobretudo contra crianças e mulheres, são perfeitamente justificáveis aos olhos desses fascistas.

Já assassinaram em torno de 15.000 impúberes. Injustificável. Mesmo Cristo, em nossa tradição cristã nascida do judaísmo, não é nada clemente com aqueles que escandalizam crianças. Escandalizar, latu senso, também significa aterrorizar, entre outras barbáries contra infantes. Ele os condena a serem atados a uma mó de moinho e atirados ao mar. Talvez seja o único caso nos Evangelhos onde Cristo justifica a pena de morte.

Como a máscara caiu, os israelenses, como os demais humanos, chineses, europeus, árabes e tutti quanti, são capazes do sublime e da imundice. Os israelenses não são diferentes.

Com o isolamento cada vez maior do governo criminoso de Israel, só falta o pulha da ONU, para acentuar o vitimismo e a ambiguidade, subir novamente à tribuna das Nações Unidas fantasiado de pijama listrado.

P.S.: Este artigo foi elaborado a partir de uma resposta dada pelo autor para Rodrigo Souza Filho em uma postagem no facebook na página do autor.

Tomás Togni Tarquinio

Formado em Antropologia e Prospectiva Ambiental na França. Desde 1977, trabalhou em diversas instituições francesas e europeias pioneiras sobre: energia, ecologia política, meio ambiente, decrescimento e colapso da sociedade termo-industrial. Foi Secretário do Governo do Amapá, por ocasião da execução do pioneiro Projeto de Desenvolvimento Sustentável do Amapá (PDSA); trabalhou no MMA e Senado.


Resposta

  1. Avatar de AMILTON DE SOUZA ROCHA

    senhor é óbvio que por exemplo Lula não fala representando necessariamente todos os brasileiros quando sobe a tribuna na ONU ou seus representantes . Seu pensamento sobre isso é redundante .Outra questão é que as pessoas lá estão apenas preocupadas com os seus reféns pouco ligando o que foi o não reconhecimento do Estado Palestino criminosamente até hoje com vistas grossas pela ONU e o mundo podre eu e o senhor vivemos . O povo de Israel é sim e faz parte de tudo isso porque não nunca foram. As ruas exigir um Estado Palestino .

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