Alexandre Santos
Nada como um dia atrás do outro.
Hoje [06/11/24], acompanhados por um séquito de mentes acordeiradas, os republicanos afirmam que Donald Trump venceu as eleições presidenciais dos Estados Unidos.
Confesso que, por entender a ‘democracia’ praticada na terra do Tio Sam, não acompanho a rapidez como chegam aos resultados eleitorais. Se, por um lado, a votação é manual, o que implica numa apuração mais lenta, por outro [lado] até horas antes das eleições, todas as pesquisas de intenção de voto alardeavam um rigoroso empate técnico entre a Kamela e o Trump, tornando impossível avaliar a inclinação do delegados (que não são obrigados a seguir a voz das urnas). Mas, parece que algo acelerou o processo.
Como alguns desconfiavam, assim que teve a chance, Donald Trump proclamou vitória e, despertando um efeito manada, consolidou um grito de ‘já ganhou’ por todos as partes do mundo.
Naturalmente, a contagem prossegue e os observadores internacionais (a eleição norte-americana foi acompanhada por ‘observadores isentos’? Ou, na terra do Tio Sam, este detalhe é desnecessário?) ainda não se pronunciaram.
Mesmo assim, um montão de chefes de Estado se apressaram em parabenizar o ainda auto-proclamado vencedor da eleição.
Até Lula, que foi tão rigoroso com a eleição na Venezuela e exige ver as ‘atas da apuração’ para reconhecer a vitória de Nicolas Maduro, parabenizou Trump.
De qualquer forma, em se tratando de ‘democracia’ nos Estados Unidos, não será surpresa se, de uma hora para outra, o pessoal da Kamela Harris começar a impugnar urnas e apresentar pedidos de recontagem de votos. Naturalmente, se fosse o inverso, talvez o pessoal do Trump já estivesse tramando mais uma invasão do Capitólio.
Aliás, para tornar mais transparente o resultado das eleições, as autoridades norte-americanas deveriam apresentar as ‘atas da apuração’ como exigiram da Venezuela.
Naturalmente, isto não impedirá de o presidente venezuelano Nicolas Maduro rejeitar os resultados oficiais e reconhecer a vitória de Chase Oliver, Jill Stein, Cornel West, Claudia De la Cruz ou de qualquer um dos outros candidatos à Casa Branca.
De qualquer forma, para muitos, no caso de confirmar a vitória, como está condenado a cadeia por 33 crimes, para demonstrar que os Estados Unidos são um país sério, Donald Trump deveria governar recolhido a uma cela na prisão federal de Sing-Sing.
Para uns, quem venceu foi Trump, mas, poderia ter sido a Kamala que não faria qualquer diferença, pois, no fundo, são todos iguais.
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Alexandre Santos

Engenheiro e escritor. Preside o Clube de Engenharia de Pernambuco e a Associação Brasileira de Engenheiros Escritores, presidiu a União Brasileira de Escritores e faz a coordenação nacional da Câmara Brasileira de Desenvolvimento Cultural. Autor premiado com livros publicados no Brasil e no exterior, Alexandre é o editor geral do semanário cultural ‘A voz do escritor’ e diretor-geral do canal ‘Arte Agora’.


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