Francisco Celso Calmon
Quando não falta vocação, falta conhecimento.
Tendo formação, sabe que ao chegar para gerir um órgão, pequeno, médio ou grande, a primeira tarefa é fazer uma radiografia organizacional e de recursos humanos, sem a qual não consegue realizar um diagnóstico e detectar os pontos fortes e os vulneráveis.
Em seguida realizar o planejamento estratégico do organismo, estabelecendo metas, conforme os cenários potenciais levantados no passo anterior.
Uma boa equipe não gasta mais de um mês para realizar e obter esses produtos mencionados.
O caso Lupi e INSS não chegaria a tanto prejuízo financeiro e político se aplicada essa técnica elementar.
Tanto o ministro como o seu escolhido para chefiar o INSS têm histórico comprometedor. Aliás, ressalta-se, ficou mais evidenciado na gestão bolsonarista.
A equipe de transição, além de queimações entre os membros, fizeram o quê?
Os indícios de corrupção do ministro vêm de longe, quando vendia carta sindical por até um milhão.
Usar somente o parâmetro político, sem levantar a vida pregressa, é um desatino recorrente nos governos Lula.
Bons números da economia acabam por nublar com casos de corrupção, que a mídia golpista explora e a população fica indignada, mesmo que em silêncio.
Uma vez o Chico Buarque sugeriu, meio que na galhofa, mas certeiro na observação, que fosse criado o ministério “vai dar merda”, creio que a sugestão está valendo ainda mais.
A presidenta Dilma era acelerada em denúncias de corrupção, a imprensa denunciava e ela exonerava, ficou pautada pela mídia, Lula, ao contrário, deixa a mídia fritar e depois colhe o óleo queimado.
Pisa no acelerador, presidente Lula, e completa a reforma necessária.
Quem sabe faz a hora e nem sempre a cautela é boa conselheira, muitas vezes a ousadia se faz mister para vencer.
Francisco Celso Calmon

Ex-coordenador nacional da Rede Brasil – Memória, Verdade e Justiça; membro da Coordenação do Fórum Direito à Memória, Verdade e Justiça do Espírito Santo. Foi líder estudantil no ES e Rio de Janeiro. Participou da resistência armada à ditadura militar, sendo sequestrado e torturado. Formado em análise de sistemas, advocacia e administração de empresas. Foi gestor de empresas pública, privada e estatal. Membro da Frente Brasil Popular. Autor dos livros “Sequestro moral e o PT com isso?” e “Combates pela Democracia”, coautor dos Livros “Resistência ao Golpe de 2016” e “Uma sentença anunciada – O Processo Lula”. Sócio efetivo do Instituto Histórico e Geográfico do Espírito Santo. Articulista de jornais e livros, coordenador do canal Pororoca.


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