Que se vaya 2025!

Milton Temer

VÁ LÁ QUE GOLPISTAS estrelados e alguns acólitos foram devidamente justiçados pelo que tentaram cometer em janeiro de 2023. Mas tirando esse episódio, que dosimetrais e campanhas por anistias ainda em andamento tentam cancelar, o balanço do ano é de se lamentar.

ESTAMOS entre o cutelo da Doutrina Monroe, mais que imperialista, colonialista, e a venda do País aos interesses diretos da União Européia. Em ambos os casos, com o sorridente e egocêntrico Presidente se louvando do afeto que não se encerra com Trump e os chefes de governo do velho continente colonialista por essência.

A PALESTINA continua a ser massacrada, a despeito da resistência infinita de seu povo, com a omissão cúmplice da mídia cada vez mais vendida aos parâmetros do imperialismo, e à normalização do genocídio pelo exército sionista de ocupação.

VENEZUELA não cessa de ser ameaçada pelo expansionismo trumpista, num ataque permanente inaceitável à sua soberania, encontrando como aliado, para além de Cuba, dos governos quase solitários de Colômbia e Méximo. E vendo sua corina liderança protofascista sendo coroada com prêmios internacionais contestáveis, desqualificadores das instituições reacionárias que os ofertam.
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NO CHILE, uma pantomima farsesca do social-liberalismo, via o canalha Boric – mais preocupado em atacar o governo Maduro do que em barrar a direita pinochetista- , entrega o País a um nazista convicto. Nazista convicto, filho de um general nazista que se escafedeu ao fim da II Guerra Mundial, para fazer fortuna nos Andes. É Pinochet ressuscitado com pompa e circunstância.

NO CONGRESSO BRASILEIRO, Glauber Braga tem seu mandato suspenso em fase decisiva da próxima campanha eleitoral, por conta da resistência incessante contra o criminoso Orçamento Secreto, contra as privatizações e contra os propósitos degradantes do covil parlamentar, sob olhar omisso de Lula, mais interessado em cultivar a amizade com a escumalha do covil parlamentar e a parceria sinistra dos rentistas parasitários com o agronegócio grileiro e predador.
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E MAIS LAMENTÁVEL, para consolidar o desalento, é ver o Psol, partido que ajudei a fundar sob a égide de manter viva a luta pelo socialismo, se integrar ao governo. Se apagando como força autônoma de esquerda combativa, e já anunciando, pela hegemonia do setor arrivista e despolitizado em sua direção, não apresentar uma candidatura classista no 1o turno, como era sua prática até que tomado pelos que fazem da política partidária não um instrumento da luta de classes, mas uma forma de praticar alpinismo social e institucional.

QUE SE VAYA 2025!! Para que avancemos na Luta que Segue!, em 2026


Milton Temer

Jornalista e ex-militar cassado pela ditadura de 1964. Foi deputado estadual e federal (1995-2003) pelo Rio de Janeiro. Histórico militante de esquerda, rompeu com o PT para ser um dos fundadores do PSOL em 2004. Referência intelectual do partido, defende o socialismo radical, a soberania nacional e a causa palestina.




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